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As ações mais recomendadas pelos analistas para investir em maio

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Embora o Ibovespa tenha encerrado abril com fortes ganhos, da ordem de 10%, analistas começam o mês de maio ainda cautelosos diante dos impactos do coronavírus sobre a economia global e de olho na divulgação dos balanços do primeiro trimestre, no relaxamento de medidas de isolamento social ao redor do mundo, bem como nas tensões no cenário político brasileiro.

O resultado dessa preocupação é a manutenção da preferência por companhias tidas como mais resilientes, com fundamentos sólidos e possibilidade de recuperação mais rápida pela frente. Não há espaço para erros, em meio à forte queda do mercado desde que a crise se instalou de vez.

“Os investidores passaram a adotar abordagens mais construtivas em diversos setores, e observamos claramente uma busca maior por qualidade e solidez patrimonial nas posições que vêm sendo montadas ou remanejadas”, diz Renato Chanes, estrategista da Santander Corretora, em relatório.

Levantamento feito pelo InfoMoney com 12 casas de análise mostra apenas uma mudança nas recomendações de ações para o mês de maio, com o ingresso dos papéis do Banco do Brasil no portfólio compilado de corretoras. As ações de Vale, JBS, B3, Pão de Açúcar e Petrobras garantiram mais uma vez espaço nas indicações do mês.

Por conta do empate no número de recomendações, a lista de maio conta com seis nomes (um a mais que o normal).

Confira a seguir as ações mais recomendadas para este mês e seu desempenho no ano:

EmpresaTickerNúmero de recomendações*Retorno no ano**
ValeVALE39-15,8%
JBSJBSS38-5,5%
B3B3SA36-8,4%
Banco do BrasilBBAS35-45,3%
Pão de AçúcarPCAR35-25,1%
PetrobrasPETR45-40,2%
Ibovespa-30,4%
*Indicações compiladas das carteiras de ações de Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Necton, Rico, Santander Corretoa, Socopa e XP Investimentos.
**Até 30 de abril.

Vale (VALE3)

Com nove recomendações, os papéis de Vale são os preferidos dos analistas para investir em maio, assumindo o lugar ocupado pela JBS em abril.

Na avaliação da Santander Corretora, a mineradora está bem posicionada dentro da indústria global de minério de ferro e a expectativa é de que a demanda pela commodity de alta qualidade aumente no curto prazo, em decorrência de eventuais medidas de estímulos econômicos adotados na China, como a priorização de obras de infraestrutura.

Os analistas destacam ainda que os fundamentos do mercado de minério continuam resilientes, permitindo que a Vale mantenha sua geração de caixa robusta. “Continua nos chamando atenção o descolamento entre a dinâmica de preços do minério de ferro e as cotações das ações do setor”, escrevem os analistas, em relatório.

Na Guide, o papel é novidade na seleção deste mês. A instituição se diz construtiva com a companhia e destaca o foco da gestão no controle de custos, a redução de Capex (despesas de capital) e do endividamento. A equipe de análise cita ainda os preços de minério de ferro em patamares elevados, dada a menor oferta no mercado, e afirma que a empresa negocia a múltiplos descontados.

JBS (JBSS3)

Após liderar as recomendações por dois meses consecutivos, o frigorífico recebeu oito menções para o mês de maio, ficando em segundo lugar entre as preferidas das casas de análise.

Betina Roxo, analista da XP, destacou em live no YouTube na segunda-feira (4), o posicionamento favorável da companhia em meio ao coronavírus no setor de consumo básico, bem como seu balanço sólido, que sinalizam que a JBS conseguirá atravessar este momento mais volátil.

Além da forte demanda, Betina cita as exportações beneficiadas por um câmbio mais alto e por uma retomada da economia chinesa.

A avaliação é compartilhada pela equipe de análise do BTG Pactual, que diz ver os resultados operacionais da empresa crescendo neste ano, com valuation em níveis baratos, sendo negociados a um múltiplo de 5,1 vezes a relação entre o valor da empresa e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de 2020, abaixo do seu histórico, de 6,5 vezes.

“Em um mundo com escassez de carne após o surto da peste suína africana, e com a demanda de proteínas demonstrando ser altamente inelástica ao preço e bastante resistente, acreditamos que a JBS oferece uma proposta convincente para investidores que não têm visibilidade de receita e lucro em outros lugares”, escrevem os analistas.

B3 (B3SA3)

Também mantida na carteira de ativos compilada pelo InfoMoney, a ação da Bolsa brasileira, que cai cerca de 8% no ano, contou com seis menções para maio.

Segundo o BTG Pactual, a companhia deve apresentar o melhor trimestre de todos os tempos em 14 de maio, quando divulga seu balanço referente aos três primeiros meses de 2020.

Os analistas citam o aumento do volume médio diário de negociação de ações no período, bem como dos futuros, que subiram em meio a uma maior volatilidade em ações, taxas de juros e câmbio.

Para os analistas da Elite Investimentos, a interrupção das ofertas públicas de ações pode ser compensada, em parte, por um maior volume diário no mercado à vista, que teve, em março, crescimento de 110% do volume financeiro médio diário na comparação anual, e alta de 16,9% na comparação mensal.

“Acreditamos que as ofertas podem ser retomadas no próximo semestre e seguimos confiantes com a B3 mesmo com um cenário de relativa incerteza”, escreve o time de análise da Elite, em relatório.

Banco do Brasil (BBAS3)

Novidade na seleção compilada pelo InfoMoney, Banco do Brasil recebeu cinco recomendações para este mês.

Entre os principais catalisadores para a indicação, a Santander Corretora escreve que, como o banco chegou atrasado no ciclo de crédito, ou seja, possui um menor crescimento de empréstimos em relação aos pares, o crescimento do lucro não depende tão fortemente da ampliação dos empréstimos quanto seus concorrentes.

Os analistas destacam ainda características mais defensivas do Banco do Brasil em meio à crise, como ações líquidas, fonte diversificada de receita, papéis não sensíveis ao câmbio e capital principal abundante.

Já a XP afirma que os papéis de BBAS3 devem se beneficiar em 2020 de uma redução das provisões operacionais e de um custo de captação mais barato via depósitos judiciais, além de ressaltar o valuation descontado do papel.

Pão de Açúcar (PCAR3)

Além de Pão de Açúcar estar bem posicionado como player resiliente durante a crise, o time de análise do BTG Pactual diz ver melhor tendência para a companhia neste ano, em meio aos benefícios da conversão de lojas de hipermercado no formato atacado, fechando unidades não lucrativas, bem como da expansão e da reforma das lojas da bandeira Pão de Açúcar, o que deve acelerar a recuperação dos fundamentos do grupo.

A XP, por sua vez, destaca o forte desempenho no primeiro trimestre e diz ver os papéis da companhia sendo negociados a níveis atrativos e com um desconto “excessivo” em relação ao seu principal concorrente, o Carrefour.

Petrobras (PETR4)

De acordo com a Elite Investimentos, a Petrobras, que recebeu cinco recomendações para este mês, deve minimizar o impacto da crise por possuir um baixo custo de extração do petróleo em relação a outros players.

Além disso, a avaliação é de que, mesmo em um cenário desafiador, o papel faz sentido pela eficiência da companhia, pelo foco em seu negócio principal (exploração e produção de óleo e gás), bem como pela maior confiança dos investidores com a nova gestão.

Apesar da valorização de 29% das ações da petroleira no último mês, os analistas afirmam que a companhia ainda parece oferecer uma boa oportunidade de entrada no papel.

 

 

 

Fonte: Infomoney